Treinos de Kreator

Era uma manhã nublada. Eu me levantei devagar. O local onde eu havia passado a noite não foi dos melhore então eu não tinha do que reclamar. Quando fiz minha higiene corporal uma chuva fina começou a cair. Eu andei até a porta da frente e pensei enquanto saia por ela:

"Preciso de um emprego rápido, ou não conseguirei me sustentar muito tempo".

Ao sair de casa tomei a precaução de usar um casaco preto e minha tradicional bandana de cor preta também. A chuva, depois de algum tempo, se intensificou e isso me obrigou a andar mais depressa. Enquanto eu andava apressado acabei observando um grupo de pessoas que seguiam em direção a um bar meio underground. Enquanto eu seguia as pessoas eu pensei:

"Vou dar uma olhada no que acontece por ali, quem sabe minha vida não muda completamente?"

Era o que eu esperava. Chegando no bar eu me deparei com um lugar obscuro, mas, acolhedor. As pessoas pareciam se conhecer de uma longa data, porém, eu era o único "forasteiro" ali. Pedi uma bebida e, antes que eu a terminasse, um homem se aproximou e disse segurando firmemente no meu ombro:

- Amigo porque não vai embora? Não gostamos de você e esse bar é meio que particular.

Eu olhei atentamente para o homem e então disse:

- Eu não quero confusão cara. Só estou aqui para relaxar.

O homem, ainda aparentando calma e tranquilidade, me olhou por alguns segundos e dissE:

- Pois então vá relaxar em outro bar. Tem um excelente bar dobrando a esquina. Pode ir relaxar lá.

Eu então olhei para o homem e, percebendo a aproximação de seus amigos, peguei de dentro do bolso do meu casaco um pequeno caderno de desenhos e um lápis com uma borracha em cima. Comecei a desenhar enquanto o homem me olhava de forma estranha. Não demorou muito para que meu desenho ficasse nítido, era uma faca encurvada, quase uma cimitarra. Eu olhei o homem que me importunava e então dei um sorriso maroto para ele enquanto dizia:

- Gosta de armas? Eu não sou muito fã, mas, posso usá-las quando necessário. Olhe isso.

Eu então mostrei meu desenho para o homem e então dei vida a ele, transformando o desenho da faca em uma faca de verdade. Pegando-a do caderno eu rapidamente fiz de refém o homem na minha frente. Todos me olharam com temor enquanto eu posicionava a lâmina da faca no pescoço do homem. De um canto escuro eu pude ouvir um outro homem falar, parecia ser o líder daquele grupo e sua voz era séria e altiva:

- Isso foi uma demonstração impressionante dos seus poderes mutante, entretanto, não é o único que tem dons.

O homem saiu das sombras e se revelou um jovem alto, com cabelos loiros e uma aparência cansada. Ele me olhou por alguns instantes e então se aproximou de mim, porém, ao invés de me atacar ele apenas encostou a mão no meu antebraço, porém, fora o suficiente para me ferir com uma descarga elétrica forte o bastante para deixar meu braço inteiro dormente. Eu olhei estupefato o homem enquanto ele falava comigo:

- Esse meu poder é muito peculiar. Eu posso ampliar meus impulsos elétricos e transferi-los para minhas mãos, eletrocutando qualquer coisa.

Ele então me deu um forte tapa na barriga, porém, como sua mão estava carregada de energia, a força do golpe foi muito além do normal, me arremessando para fora do bar.
Eu me levantei muito devagar. Meu corpo doía, especialmente meu tórax. O homem que me atacou saiu do bar sozinho e logo disse sorrindo para mim e apontando dois dedos para mim:

- Sabe o que é interessante nesse meu poder? Quando eu o utilizo em baixa escala eu consigo adormecer partes do corpo de uma pessoa. É como se meu ataque fosse uma agulha de acupuntura, ela acerta o local correto e a pessoa relaxa. Em grande escala eu consigo fritar uma pessoa inteirinha.

O homem se aproximou de mim com intenções bem explícitas na mente. Em contrapartida eu fiz desenhos rústicos e apressados, porém, com grande riqueza de detalhes, que era o meu maior talento. Dei vida a um martelo pequeno e a uma faca um pouco maior do que a anterior. Lancei a faca na direção do homem, que desviou por pouco e estava para acertá-lo com o martelo quando seus dois dedos me acertaram o antebraço, fazendo-o ficar dormente. Eu estava completamente imobilizado, sem meus braços eu não poderia atacá-lo e o homem sabia disso, então, me atacou com outro tapa poderoso no abdome, me lançando para trás. Eu estava prestes a desistir de tudo quando uma sirene começou a soar e se aproximou, com medo, o grupo foi embora e me deixou ali para ser preso, porém, tiveram uma surpresa.
Um homem se aproximou de mim. Usava roupas diferentes de qualquer policial que já havia visto. Ele me pegou pelo braço e me colocou dentro do carro. Não pude ver para onde estava indo, pois desmaiei antes de conseguir identificar o homem. Acabei me deixando levar por um sonho intenso e vívido, onde a realidade e ficção se tornavam uma só.